Doenças Sexualmente Transmissíveis

 

INTRODUÇÃO

   As doenças sexualmente transmissíveis, ou doenças venéreas, são infecções que afetam, principalmente os órgãos sexuais e é geralmente transmitida através do intercurso sexual, ou seja, o ato em que o pênis fica ereto e é introduzido na vagina. Em anos recentes as moléstias venéreas (algumas vezes chamadas apenas de D.V.) têm-se tornado um problema cada vez maior para as pessoas. As duas doenças venéreas mais comuns são a sífilis e a gonorréia. Essas doenças podem ser muito graves se não forem tratadas. Feridas abertas, dores e até a morte podem ocorrer. Todavia, com os medicamentos apropriados elas podem ser curadas. Mais atualmente, outra doença ficou muito conhecida: a AIDS. O modo de contágio não é somente pelo intercurso sexual, mas também pelo sangue contaminado. Essa também é uma doença sexualmente transmissível, mas não ataca os órgãos sexuais, e sim todo o organismo. Essa, todavia, ainda não tem cura.

Abordarei nesse trabalho as principais doenças venéreas, como a gonorréia, sífilis e AIDS. Abordarei também doenças não muitos conhecidas como o cancro e uretrite.

 

Doenças Sexualmente Transmissíveis

 

Gonorréia

   A gonorréia, também chamada de blenorragia, é uma doença venérea causada por bactéria (gonococos). Ela é acompanhada tipicamente por forte supuração proveniente das membranas mucosas infectadas. As bactérias excretam toxinas que podem levar ao aparecimento de manifestações em órgãos distantes. A infecção é mais freqüentemente transmitida através da relação sexual.

   A moléstia tem desenvolvimento distintos em mulheres e homens. Nestes, 3 ou 4 dias após o contágio instala-se uma inflamação na uretra que leva à descarga de pus na urina; a micção é acompanhada geralmente - mas não necessariamente - por dor aguda como de queimadura.

   Se o prepúcio do paciente for suficientemente estreito, as bactérias podem permanecer por algum tempo - 10 ou 14 dias - entre este e a glande do pênis antes de penetrar na uretra. No início da infecção somente a porção anterior da uretra é afetada. Se não houver, porém, tratamento após algumas semanas, a supuração pode diminuir, até que subsista somente uma "gota matinal" ou apenas as bordas da uretra se tornem "grudentas".

   Quando as manifestações diminuem de intensidade os pacientes podem ter a impressão de estar espontaneamente curados, o que na verdade não se dá. Os gonococos permanecem nas muitas dobras da membrana mucosa - da uretra, por exemplo -, podendo realizar um novo ataque quando, em virtude de alguma outra infecção em qualquer local do organismo, a resistência diminui. Em muitos casos, entretanto, a infecção não pára na parte anterior da uretra, espalhando-se até alcançara próstata, os testículos funículo, o escroto e a bexiga, chegando a pélvis renal. Quando os ductos espermáticos são atingidos, podem sofrer uma constrição, que sendo bilateral, resultará em infertilidade. Além disso, a infecção gonorréia prolongada pode levar à constrição da parte frontal da uretra, o que torna necessário um longo e doloroso tratamento. A disseminação da infecção pode afetar as articulações, mais freqüentemente a do joelho, causando uma artrite dolorosa.

   Além das membranas mucosas genitais, outros locais podem ser bons meios de cultura para o crescimento dos gonococos. Se, por exemplo, eles são transferidos para os olhos através de mãos contaminadas, podem causar uma forma grave de conjuntivite que costuma espalhar-se pela córnea e causar graves perturbações à visão. Também através da cópula anal a membrana retal pode se tornar infectada, enquanto que a irritação da descarga purulenta pode infectar a glande e o prepúcio.

   A inflamação aguda da próstata, dos testículos e da vesícula seminal pode causar febre com ou sem dor e inchaço do órgão afetado. Na infecção aguda da próstata, a passagem da urina e às vezes obstruída, pois a uretra sofre uma constrição em virtude da inflamação do tecido. Uma inflamação prolongada da próstata é circunstância favorável à reprodução bacteriana que alimenta a inflamação da uretra; com isso o processo infeccioso pode voltar à fase aguda, após uma cura aparente.

   Na mulher. Enquanto que em homens a blenorragia é acompanhada de sintomas marcantes, o mesmo não acontece com as mulheres; nestas a infecção se desenvolve despercebida. Apesar disso, a moléstia é tão nociva para as mulheres quanto para os homens. As bactérias encontram locais propícios para se reproduzir nas muitas dobras do órgão genital feminino, alojando-se na membrana mucosa. Assim como nos homens, a uretra pode ser infectada; como nas mulheres a uretra é mais larga e curta, a infecção não é em geral muito dolorosa.

   O segundo e mais importante local de infecção, atingido durante a relação sexual, é a membrana do colo uterino. A infecção pode não ser dolorosa, sendo acompanhada por um leve corrimento. Já a parede vaginal é local improvável para a fixação das bactérias pois na mulher adulta ela é recoberta por uma camada de células fortes e achatadas, que forma um ambiente desfavorável aos microorganismos. Depois do parto ou ato sexual, porém, a infecção pode estender-se de maneira aguda ou gradual à cavidade uterina, atingindo as trompas de Falópio e por vezes o ovário, afetando também o tecido conjuntivo de cada lado do útero. Esse avanço pode ter conseqüências graves, pois a inflamação pode causar constrição da trompa; a constrição de ambas as trompas pode tornar a mulher estéril. Muitas vezes a gonorréia confinada ao colo uterino se dissemina com o parto.

   A blenorragia pode causar uma dolorosa inflamação das glândulas de Bartholin. Por outro lado, como as aberturas da vagina e do reto são próximas, é comum a infecção deste último pelos corrimentos infecciosos provenientes do colo uterino.

   O grande perigo para as mulheres consiste na natureza insidiosa da doença, que pode não ser percebida por muito tempo, representando um risco não só para seu companheiro sexual, mas também para um bebê que nasça durante a infecção. Especialmente sensível é a conjuntiva do bebê, que pode ser afetada durante sua passagem pelo canal uterino e vaginal. Como medida preventiva contra uma infecção no olho - que pode facilmente provocar cegueira - os olhos da criança são banhados com uma solução de nitrato de prata logo após o seu nascimento.

   Embora em adultos a blenorragia seja transmitida quase exclusivamente por relações sexuais, as crianças podem contraí-la por outros meios. Mães ou babás imprudentes, afetadas pela doença, podem transmiti-la com facilidade a uma criança ao pegá-la com as mãos sujas ou ao se enxugar com uma toalha da criança. Assim os meninos podem contrair blenorragia na uretra, e as meninas menores, cuja parede vaginal ainda não está protegida pelas células achatadas - que vão adquirir quando adultas -, podem sofrer uma infecção geral da membrana mucosa.

   Seu tratamento é à base de penicilina em altas doses, tetraciclinas ou espectinomicina.

 

Cancro

   Denominação popular para a primeira manifestação da sífilis. Também conhecido como cancro duro, inicia-se como uma pápula (área de infiltração) de cor vermelho-escura, dura e não dolorosa. O centro dessa pápula se escarrifica e se transforma em uma pequena ferida. O termo cancróide é usado para uma moléstia venérea (não sifilíca), conhecida na denominação popular por cancro mole. É uma úlcera venérea que se desenvolve sobre uma base fortemente edemaciada, e se inicia com uma pústula formada a partir da pápula inicial.

 

Sífilis

   Afecção venérea, infecciosa, contagiosa, que pode ser também hereditária, causada pelo espiroqueta Treponema pallidum. É capaz de lesar quase todos os órgãos, exteriorizando-se por grande variedade de manifestações clínicas.

   Seu nome deriva de Syphilus, personagem do poema de Girolamo Fracastoro (1478-1553), em que o termo foi empregado pela primeira vez. No passado essa doença foi também conhecida como lues e como flagelo de Vênus.

   O agente causador da sífilis é um microorganismo frágil, com forma de saca-rolhas, praticamente incapaz de penetrar a barreira da epiderme ou da mucosa. Sua penetração só ocorre através de uma ferida superficial, por menor que seja, ou mais freqüentemente, no ato sexual. Assim, na maioria dos casos, o microrganismos penetra no organismos pelos órgãos sexuais: no pênis ou na superfície interna do prepúcio no homem, e na superfície interna dos lábios da vulva, na mulher.

   Penetrando no organismo, os espiroquetas invadem os vasos linfáticos e atingem os gânglios regionais em poucas horas; daí passam para a circulação sanguínea. Isso pode ocorrer algumas semanas antes do aparecimento da lesão primária no local da inoculação.

   Vejamos agora as fases da sífilis:

  • Fase primária. Cerca de 3 a 6 semanas após a infecção, desenvolve-se, no local da penetração do microrganismo, uma pequena elevação cutânea, sólida e circunscrita (lesão primária). Esta, devido à perda da camada tecidual da superfície, sofre erosão, tornando-se uma úlcera indolor, de cor avermelhada, coberta por um exsudato amarelado (cancro duro). Seu tamanho pode ser desde o equivalente a uma cabeça de alfinete até cerca de 1,5 cm de diâmetro. Os gânglios linfáticos da região aumentam de tamanho, embora não fiquem doloridos, nem a pele se torne vermelha. Cerca de 95% das lesões primárias são de localização genital.

   Os primeiros sintomas da doença não são, portanto, muito evidentes - sobretudo na mulher, em que passam muitas vezes despercebidos. Ademais, os sintomas locais desaparecem espontaneamente, mesmo sem tratamento, permanecendo, no local do cancro, uma cicatriz branca e dura.

  • Fase secundária. Quando não curada sua fase primária, por volta da sexta semana depois do aparecimento do cancro, a sífilis começa a se agravar. O paciente começa a fazer queixas gerais, de febre discreta, dor de garganta prolongada e cansaço. Apresenta sinais visíveis da doença na pele e nas mucosas, principalmente da boca; os gânglios linfáticos tornam-se inchados e duros em vários pontos, embora não se tornem doloridos (linfadenopatia generalizada).

   Nesse estágio, é típica a presença, na pele do tronco, de áreas vermelhas e amarronzadas que não coçam, nem descamam. As lesões da pele mais encontradas são pápulas, maculopápulas e, às vezes, lesões anulares em forma de moeda ou pústulas. Inicialmente, tais áreas são pequenas, podendo desaparecer depois de algum tempo, para, posteriormente, reaparecerem, mas em tamanho maior, embora em menor quantidade. Podem aparecer também grupos de áreas ligeiramente elevadas, vermelho-amarronzadas, cobertas, ocasionalmente, de crostas ou pústulas. Nas palmas das mãos e nas solas dos pés, surgem áreas vermelho-amarronzadas, duras e escamosas.

   As mucosas dos genitais e da boca são freqüentemente atingidas; muito características dessa fase são pápulas grandes, geralmente localizadas nas junções entre a pele e a mucosa, principalmente nos lábios externos da vulva. Essas lesões são de erosões pouco profunda, indolores; quando elas secretam um exsudato acinzentado, altamente infectante, são conhecidas pelo nome de placas mucosas. O cabelo cai em chumaços em áreas circunscritas, dando ao couro cabeludo a aparência "roído por traça"; surgem, às vezes, manchas mais claras no pescoço; a boca apresenta pontos esbranquiçados e áreas vermelhas de contornos nítidos; as amídalas ficam vermelhas e inchadas.

   Esses sintomas desaparecem com ou sem tratamento. Decorridos alguns anos (geralmente mais de cinco), tem início o terceiro estágio, que perdura pelo resto da vida do paciente. Nessa fase, além de pele, praticamente todos os órgãos internos podem ser afetados.

  • Fase terciária. Nessa fase, surgem as chamadas manifestações da sífilis tardia. As lesões epidérmicas tornam-se duras, profundas e supurativas (gomas sifilíticas). Adquirem uma coloração marrom ou vermelho-azulada, de bordos nítidos; as áreas curadas apresentam feias cicatrizes. Formam-se também inchaços, que, inicialmente, são sólidos, enchendo-se posteriormente de muco.

   Com exceção desses inchaços supurativos, os sintomas epidérmicos do terceiro estágio não são doloridos, e via de regra, afetam pouco a saúde geral do indivíduo. Os inchaços, freqüentemente localizados sobre o osso esterno do peito, ao longo da tíbia, e na base do nariz, podem provocar graves lesões. A destruição do osso na base do nariz, por exemplo, provoca o característico "nariz de sela".

   A membrana que recobre os ossos (periósteo) pode inflamar-se, afetando o osso que ela recobre e produzindo osteomielite. As articulações também são envolvidas, principalmente as do joelho, podendo ocasionar a destruição da superfície articular. As conseqüências de alterações do coração e da aorta são muito graves. O fígado, o rim e os testículos são outros órgãos freqüentemente afetados. Podem surgir, ainda, anomalias graves nos olhos, ouvido interno e laringe. As lesões cardiovasculares são, talvez, as mais importantes e provavelmente as responsáveis pela maioria dos óbitos resultantes da doença; a lesão fundamental é a aortite.

   As lesões sifilíticas do sistema nervoso (neurossífilis) têm a maior importância. Em primeiro lugar, os nervos podem ser comprometidos pelas lesões sifilíticas, acabando por perder a capacidade de conduzir impulsos nervosos, o que resulta em distúrbios de sensibilidade devido à paralisia do nervo aferente. Mais significativo ainda é o dano causado ao sistema nervoso central (cérebro, medula espinal), que quando ocorre, o faz por volta de 10 a 15 anos após a infecção.

   As lesões do sistema nervosos central, quando são parenquimatosas, têm tendência degenerativa; as lesões das membranas (meninges) do cérebro e da medula espinal são inflamatórias. As lesões degenerativas das raízes posteriores dos nervos espinais e da parte posterior da medula dorsal ocasionam manifestações denominadas de ataxia locomotora (tabes dorsalis). Os doentes com tabes têm dores fulgurantes nas pernas e dificuldade em se manterem em pé ou andar. Lesões degenerativas do cérebro causam "amolecimento cerebral" (demência progressiva, com paralisia geral). Esta última caracteriza-se por afecção mental grave (megalomania). A crença, ainda difundida, de que a tabes dorsalis seria provocada por atividade sexual excessiva é apenas um mito.

   O tratamento da sífilis é o exemplo clássico da maior eficácia da profilaxia em relação à cura, que só pode ocorrer quando efetuada precocemente.

   Ela consiste no emprego de altas doses de penicilina. No estágio primário, e principalmente no período de três semanas entre o aparecimento do cancro e da reação sorológica positiva, a cura pode ser completa. Não aparecem sequer os sintomas do estágio secundário.

 

Uretrite

   Inflamação do canal uretral, de natureza geralmente infecciosa. Pode, no entanto, resultar também de reação alérgica do organismo a determinados alimentos ou substâncias. Além disso, constitui um dos principais sintomas da síndrome de Reiter.

   Os germes que mais comumente provocam a afecção são os gonococos, o bacilo da tuberculose, a espiroqueta sifilítica, a Escherichia coli, os estreptococos e os estafilococos. No adulto, a forma mais comum de contágio é o contato sexual com indivíduos doentes; na criança, o principal veículo de disseminação da doença são os objetos de uso pessoal contaminados. Os sintomas comuns a todas as formas de uretrite são a ardência do canal uretral e dificuldades para a micção (disúria).

   Na enfermidade provocada por gonococos, a disúria instala-se bruscamente, acompanhada de necessidade premente de urinar, 2 a 8 dias depois do contato infectante. A quantidade de urina, no entanto, é escassa, não oferecendo alívio ao desconforto pélvico e às dores uretrais. Alguns dias depois do início da doença, aparece a secreção uretral, primeiro mucóide e escassa, depois purulenta e abundante.

   Nos indivíduos do sexo masculino, como a uretra é uma via excretora comum aos aparelhos urinário e genital, pode também ocorrer febre, quando a moléstia atinge estruturas como a próstata, a vesícula seminal e o epidídimo. Na mulher, os sintomas são pouco acentuados ou inexistentes. Em ambos os sexos, a sintomatologia cede espontaneamente depois de algumas semanas, configurando o período crônico da afecção. Essa fase caracteriza-se pelas alterações ocorridas na mucosa da uretra, cujo espessamento leva ao progressivo estreitamento do canal uretral.

   O diagnóstico da uretrite gonocócica baseia-se no histórico sexual recente (alguns dias antes do início dos sintomas do paciente). É confirmado pela demonstração laboratorial do gonococo na secreção uretral. Com o tratamento pela penicilina, a sintomatologia regride em 2 ou 3 dias, sobrevindo a cura. No homem, pode persistir uma secreção uretral clara, aquosa, por alguns meses, fato que não possui significado patológico, nem exige tratamento.

   A uretrite tuberculosa constitui sempre uma complicação de infecção tuberculosa primária de outro órgão. Incide com mais freqüência nos indivíduos do sexo masculino, caracterizando-se por disúria intensa, associada a secreção uretral purulenta ou hemopurulenta.

   Ao exame, a mucosa uretral revela elevações de mais ou menos 1 mm de diâmetro; estas, quando examinadas ao microscópio, evidenciam pequenos granulomas tuberculosos. O tratamento da afecção é semelhante ao da tuberculose do órgão a partir do qual ela se propagou.

   A uretrite sifilítica manifesta-se, geralmente, 21 após o contato sexual com parceiro enfermo. Nesse caso, a uretra pode, eventualmente, apresentar uma única elevação endurecida e ulcerada, de aproximadamente 1 cm de diâmetro (cancro sifilítico). A doença, contudo, também pode instalar-se nos períodos secundário e terciário da sífilis. No primeiro caso, a mucosa uretral apresenta pequenas manchas avermelhadas características; no segundo, ocorrem endurecimentos submucosos que acabam por estreitar gradativamente o canal uretral, dificultando o esvaziamento da bexiga. Todas as formas de uretrite sifilítica são tratadas com penicilina, em doses semelhantes às usadas no tratamento da doença sistêmica.

   As uretrites decorrentes de infecção provocada pela Escherichia coli, pelos estreptococos ou pelos estafilococos provocam disúria intensa, acompanhada de secreção uretral purulenta. O seu tratamento depende da administração de antibióticos adequados aos diversos tipos de germe, identificados por intermédio do exame laboratorial da secreção.

   Todas as formas de uretrite infecciosa podem levar ao estreitamento do canal uretral, pela cicatrização defeituosa da mucosa afetada. A conseqüência mais freqüente disso é o acúmulo de urina na bexiga. A retenção urinária propicia a precipitação de certos componentes urinários, levando à formação de cálculos na bexiga, nos ureteres ou, mesmo, na pélvis renal.

   Além disso, a urina acumulada constitui excelente meio de cultura para bactérias que podem ascender pelos ureteres e infectar todo o sistema urinário.

   Nos casos de retenção excessiva e prolongada, a urina coletada preenche toda a bexiga e reflui até pelos ureteres até a pélvis renal, dilatando todo o sistema e configurando a síndrome de hidronefrose.

 

 

 

 

AIDS

A AIDS é a forma mais adiantada de perda da capacidade de defesa do organismo humano contra algumas doenças. Tudo indica que essa situação é provocada pelo vírus da imunodeficiência humana, conhecido com HIV.

   De maneira simples, a sigla AIDS serve para identificar um conjunto de situações que revelam que a pessoa atingida pelo HIV perdeu a capacidade de se defender contra certos tipos de infecções ou cânceres. Estes são, então, chamados Doenças Oportunistas, justamente porque se aproveitam da situação de Perda de defesa do organismo.

   A AIDS talvez não seja uma condição nova, mas ela foi reconhecida oficialmente pelos órgãos de saúde norte-americanos como um novo problema epidêmico em 1981. Isto aconteceu a partir da observação de que muitos indivíduos com um passado de boa saúde passaram a apresentar, num curto espaço de tempo, um grande número de doenças oportunistas, associadas à perda da capacidade de defesa do organismo. Não tardou para que fosse constatada, em todos os casos, a presença de um vírus - o HIV, desde então admitido como o mais provável causador da perda de capacidade de defesa do organismo, isto é da imunodeficiência.

   O HIV, ao penetrar no organismo, ataca principalmente a célula Linfócito T-Auxiliar, muito importante para garantir a harmonia geral do sistema defensivo do organismo, pois ele tem a capacidade de "enganá-la", conseguindo ser aceito como parte dela. Como um espião que conhecesse o segredo para entrar no comando inimigo, o HIV se incorpora ao Linfócito T-Auxiliar, começando então, por dentro, o processo de destruição do comando do sistema imunológico.

   O HIV pode permanecer dentro da célula auxiliar, e dentro de outras células, em certa calma, durante algum tempo antes de agir. Por isso, até que comecem os sintomas de que o organismo está sendo atacado pelo HIV, pode passar um período que, acredita-se, varia de 2 a 8 anos ou mais.

   O tratamento para a doença do HIV é muito ligado ao tratamento das doenças oportunistas que atacam o organismo contaminado pelo HIV. Como não há, até o momento, tratamento ou remédio capaz de expulsar o vírus da vida humana, é preciso tratar as conseqüências da perda da imuninadade.

   Muito mais importante que o tratamento é saber como nós devemos nos proteger dela:

  • Exigir o teste sangüíneo contra o HIV antes de qualquer transfusão;
  • Não ter relações sexuais antes do casamento ou extraconjugais;
  • Exigir agulhas e seringas descartáveis, em Hospitais, etc.

 Herpes: conhecem-se dois tipos. O vírus do herpes tipo I causa bolhas febris, um tipo de erupção que geralmente ocorre em várias doenças infecciosas febris (resfriados, gripe, pneumonia). As bolhas aparecem ao redor dos lábios e na boca (chama-se também herpes labial).

O herpes simples tipo II é o herpes genital. É uma doença sexualmente transmissível de importância crescente. Inicia-se com um prurido local moderado, seguido da erupção progressiva de vesículas.
Hepatite B: transmitida por contato sexual e por via placentária. A infecção ocorre ainda por sangue contaminado com o vírus.

 

Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids), estado final da infecção crônica provocada pelo retrovírus HIV (vírus da imunodeficiência humana). É uma doença que anula a capacidade do sistema imunológico de defender o organismo de múltiplos microorganismos, causando, entre outros problemas, infecções graves. Caracteriza-se por astenia e perda de peso acentuadas, bem como por uma incidência elevada de certos cânceres, especialmente o sarcoma de Kaposi e o linfoma de célula B.

Transmite-se pelo sangue, por contato homossexual ou heterossexual e, através da placenta, da mãe infectada ao feto. As transfusões sangüíneas foram uma via importante de transmissão, antes do desenvolvimento de um teste confiável para a detecção do vírus no sangue. Um dos mecanismos principais de transmissão e difusão da doença é o uso compartilhado, pelos viciados em drogas, de agulhas contaminadas com sangue infectado. Nos países ocidentais, o maior número de casos ocorreu por transmissão sexual. O vírus HIV permanece inativo por um tempo variável, no interior das células T infectadas, e pode demorar até 10 anos para desencadear a moléstia.

 

 

 

Conclusão

 

Nós chegamos a conclusão que as doenças venéreas dividem-se em dois grupos: as que provocam um lesão genital primária - como uma ferida - e as que causam um infecção purulenta na uretra, na vagina, ou no colo do útero. O primeiro grupo compreende doenças como a sífilis, o cancro mole, o linfo-granuloma venéreo e o granuloma inguinal. No segundo, enquadram-se a gonorréia e as uretrites, as vaginites e as inflamações do colo do útero atribuíveis ao contato sexual.

 

 

 

Bibliografia

 

  • Gonorréia - Grande Enciclopédia Médica - Editora Abril Cultural - Volume 1 - Páginas 137, 138 e 139.
  • Cancro - Grande Enciclopédia Médica - Editora Abril Cultural - Volume 1 - Página 167
  • Sifílis - Grande Enciclopédia Médica - Editora Abril Cultural - Volume 6 - Página 1309, 1310, 1311
  • Uretrite - Grande Enciclopédia Médica - Editora Abril Cultural -Volume 6 - Página 1416, 1417
  • AIDS - Adpatação do livro: AIDS e infecção pelo HIV - SESC (Serviço Nacional do Comércio). Páginas 3, 4