ISAAC NEWTON

ISAAC NEWTON

    Newton nasceu um ano após a morte de Galileu, em Woolsthorpe, Lincolnshire, no dia 25 de dezembro de 1642. Teve saúde extremamente frágil nos primeiros anos de vida e cedo perdeu o pai, sendo criado pelos avós quando a mãe casou-se novamente. Foi matemático, astrônomo e físico inglês.

    Consta que não se destacava muito nos estudos antes da adolescência e que adorava ficar inventando e construindo pequenos objetos, desde pipas até relógios solares e de água.

    Foi o fundador da mecânica clássica.

    Um tio que trabalhava na Universidade de Cambridge, percebeu suas tendências e conseguiu levá-lo para estudar nessa universidade, a Trinity College, onde recebeu em 1665 o grau de bacharel. Durante os anos em que lá permaneceu, Newton não foi considerado excepcionalmente brilhante, mas mesmo assim, ainda no ano de 1665, fez suas primeiras descobertas a respeito do desenvolvimento do hoje denominado binômio de Newton(com esse recurso, pode-se obter rapidamente as potências da soma de dois termos). Pouco depois começou a idealizar o cálculo das fluxões que nada mais é do que uma primeira tentativa de realizar o cálculo diferencial. Iniciou também uma série de estudos de óptica, principalmente a respeito da cor, e os apresentou à Academia Real de Ciências em 1672. Publicou então um opúsculo, NOVA TEORIA DA LUZ E DA COR, onde afirma que a luz é composta por raios que se refratam diferentemente e descreve a famosa experiência em que obteve a dispersão dos raios, fazendo um feixe de luz branca atravessar um prisma. Em virtude dessa propriedade, o autor convenceu-se de que nas lunetas astronômicas que empregam lentes sempre existiram aberrações cromáticas, conclusão que, embora não fosse muito correta, teve a vantagem de obrigá-lo a procurar outra solução. Em 1668 construiu seu primeiro telescópio de reflexão, no qual empregava um espelho côncavo em lugar da objetiva, e em 1671 apresentou seu novo modelo à academia.

    Baseando-se em numerosas experiências que realizou a respeito do comportamento da luz, especialmente dos fenômenos de reflexão, idealizou uma teoria onde se mostrou quase convencido de que a luz possuía uma estrutura corpuscular, sendo formada por partículas muito pequenas, emitidas pelos corpos luminosos e que possuíam uma enorme velocidade de propagação. Essas partículas, ao chocarem-se com os corpos, poderiam refletir-se, como as bolas que se chocam contra paredes resistentes, e, ao atingirem o aparelho visual, determinariam o fenômeno da visão.

    As experiências de Newton com a luz possibilitaram descobertas surpreendentes.

    Na época em que se formou, uma epidemia de peste assolava Londres, o que o fez retirar-se para a fazenda da mãe. Foi ali que fez sua observação mais famosa: viu uma maçã cair de uma árvore. Esse fenômeno corriqueiro o levou a pensar que haveria uma força puxando a fruta para a Terra e que essa mesma força poderia também estar puxando a Lua, impedindo-a de escapar de sua órbita espaço afora, mas, só bem mais tarde, levando em conta os estudos de Galileu e Kepler, além de suas próprias experiências e cálculos, Newton formularia essa idéia no seguinte princípio: “A velocidade da queda é proporcional à força da gravidade, e essa força diminui com o quadrado da distância até o centro da Terra.”

    Essa teria sido a primeira vez em que se cogitava que uma mesma lei física(a atração dos corpos), pudesse se aplicar tanto a objetos terrestres quanto a corpos celestes. Até então, seguindo o raciocínio de Aristóteles, achava-se que esses dois mundos – Terra e céu – tivessem naturezas completamente diferentes, sendo cada um regido por um conjunto específico de leis.

    A partir de 1666, Newton começou a concentrar sua atenção no problema do movimento dos astros, ao mesmo tempo que procurava esquematizar as importantes conclusões a que haviam chegado muitos físicos anteriores, principalmente Galileu e Kepler. O problema dos movimentos da Lua e dos planetas empolgava a elite científica de então, e muitos foram os que o procuraram para discutir certos aspectos do mesmo. Entre eles, Robert Boyle, Robert Hooke e Edmund Halley. Em dezembro de 1648, Halley informou à academia que, tendo visitado Newton em Cambridge, tomou conhecimento de um tratado que ele havia escrito a respeito do movimento, na sua opinião um dos mais completos que tivera o ensejo de ler. O trabalho de Newton foi apresentado à academia em fevereiro de 1685.

    Certa vez, o astrônomo Edmund Halley (o descobridor do cometa que leva seu nome), perguntou a Newton como conseguia realizar tantas descobertas notáveis. Ele respondeu que as atribuía mais a um esforço contínuo do pensamento do que à inspiração ou à percepção súbita. Esse esforço mental, porém, devia deixá-lo tão consumido que, aos 50 anos de idade, precisou interromper sua produção por dois anos, devido a um esgotamento nervoso. (Diz-se que uma vela teria caído sobre um calhamaço de cálculos desenvolvidos por vários anos.) Isso não o impediu, porém de retomar seu trabalho, nem de ser diretor da Casa da Moeda.

    Por essa época, prosseguindo seus cálculos e introduzindo a hipótese de que o Sol e os planetas poderiam ser tomados como pontos materiais, em virtude das enormes distâncias que guardavam entre si, procurou estender ao sistema solar certas propriedades dos sistemas de pontos sujeitos à ação de forças centrais. O êxito dos cálculos levou-o a precisar melhor as hipóteses fundamentais e a supor que cada partícula do Sol atrai as partículas externas com uma força que é diretamente proporcional ao produto das respectivas massas e inversamente proporcional ao quadrado das respectivas distâncias.

    Retornando a Cambridge em 1686, começou a escrever sua obra mais importante: Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos da Ciência Física)(1686 – 1687). Esta obra é composta de três partes: a primeira delas, intitulada De Motu Corporum(Do Movimento dos Corpos), foi terminada em 28 de abril de 1686 e apresentada à Academia Real neste mesmo dia; a Segunda, terminada em 20 de junho de 1687, é uma extensão da primeira, em que o autor trata do movimento dos corpos nos meios resistentes; a terceira parte, intitulada De Sistemate Mundi(Do Sistema do Mundo), oferece um tratamento matemático ao problema da organização dos sistemas do mundo, precedida de considerações filosóficas a respeito das regras do raciocínio, dos fenômenos e das proposições, tendo sido terminada também no ano de 1687.

    De 1687 a 1690, foi membro do Parlamento mantendo a cadeira até a dissolução do mesmo, embora prosseguisse estudando, não produziu nem publicou nenhuma obra importante. Com a dissolução do Parlamento, regressou a Cambridge e retomou seus estudos matemáticos.

    Em 1696, Jean Bernoulli escreveu uma carta aberta aos matemáticos de todo o mundo, concitando-os a resolver dois importantes problemas de matemática. Newton recebeu em janeiro do ano seguinte duas cópias dessa carta e no mesmo dia conseguiu resolver os problemas, fazendo a devida comunicação à academia. Em 1701, foi novamente eleito deputado e transferiu-se para Londres, onde veio a exerceu o magistério até a morte.

    Em 1703 foi eleito presidente da Real Sociedade de Ciências (quando Hooke já estava morto) e constantemente reeleito. Dois anos mais tarde iniciou-se a célebre disputa entre seus administradores(Samuel Claike) e os de Leibniz a respeito da autoria do cálculo diferencial. Está provado que as pesquisas de Leibniz foram posteriores(se bem que independentes). Em 1708 foi feita a Segunda edição dos Principia, que somente apareceu em 1713, sendo ainda feita uma terceira edição em 1726. Newton foi sepultado na abadia de Westminster.

    Sua famosa Óptica foi primeiramente publicada em 1704 e teve três edições durante a vida do autor. Entre suas obras puramente matemáticas destaca-se Arithmetica Universalis(Aritmética Universal)(1707).

    Curiosamente, Newton ficou grisalho com apenas 30 anos de idade, mas se manteve em atividade mental por toda a vida. Aos 80 anos, orgulhava-se de enxergar e ouvir bem e de ainda possuir todos os dentes.

    Tentando avaliar sua carreira científica, ele disse certa vez: “Tenho a impressão de Ter sido uma criança brincando a beira-mar, divertindo-me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhos.”

    Newton morreu em Kensington, Middlesex, em 20 de março de 1727.